Voluntários fazem ação para mostrar que, apesar da pandemia, outros pacientes precisam de carinho
O grupo Girassol da Alegria fez uma carreata e entregou doações em cinco entidades de Cuiabá
O último sábado (12) foi um dia de solidariedade e emoção em cinco entidades filantrópicas de Cuiabá: o Hospital de Câncer, o abrigo Bom Jesus, o Hospital Júlio Müller, a Casa Apoio (CASS) e a AACC.
O motivo, é que o grupo de voluntários Girassol da Alegria, que já atua em Cuiabá há 17 anos, promoveu uma ação para mostrar para a população que, apesar da pandemia de covid-19, ainda existem muitos outros pacientes em tratamento e eles precisam de carinho.
Dezenas de voluntários se reuniram e realizaram uma carreata, que passou pelas cinco entidades e por mais algumas ruas de Cuiabá. Além disso, doações foram entregues nos cinco locais, conforme a maior necessidade de cada entidade.
A ideia
Em tempo comum, o Girassol da Alegria é divido em grupos, separados por cores, que, simultaneamente visitam entidades filantrópicas de Cuiabá a cada 15 dias, aos sábados, fazendo rodízios, para que a cada quinzena um grupo visite uma entidade diferente, conheça a realidade daquelas pessoas e leve alegria aos pacientes em tratamento.
Com a pandemia, porém, desde março as visitas foram suspensas, para a segurança dos enfermos. Somente o lanche para os idosos do Abrigo Bom Jesus continuava sendo levado.
No dia 10 de setembro o grupo comemora o aniversário do Girassol da Alegria e, esse ano, com tudo parado pela pandemia, não teriam como comemorar, pois nem visitas podiam fazer. Foi então que começaram a pensar no que podiam fazer para demonstrar amor para os pacientes sem colocá-los em risco.
Segundo a criadora do grupo Girassol da Alegria, Dejanira Divina da Silva Pirovani, 62 anos, a primeira ideia foi um vídeo, mas isso pareceu pouco para eles.
“Porque sabíamos que as pessoas continuavam os tratamentos, que todas essas entidades que visitamos continuam funcionando e que as doações diminuíram muito”, relatou Dejanira.
Foi a partir daí que começaram a se organizar entre os voluntários para fazer uma grande doação às entidades que visitavam antes da pandemia.
Após conversarem com cada entidade para saber o que cada uma precisava e organizarem tudo que seria doado, faltava pensar em uma forma legal de entregar não só algo material, mas também o sentimento, e, assim, surgiu a ideia da carreata.
Carreata
“Tudo aconteceu de uma forma tão linda e emocionante. Temos a certeza que é Deus que conduz os passos desta missão e família, chamada Girassol da Alegria”, disse Dejanira.
Às 16h30 do sábado (12) o grupo saiu do Hospital de Câncer, com todos os carros decorados, com pinturas e balões, e todos os voluntários uniformizados.
Do hospital, foram para o Abrigo Bom Jesus, onde os idosos já aguardavam a visita inusitada: a passagem da animada carreata. No abrigo as doações foram de lençóis e toalhas, como pedido.
Depois, os voluntários foram para o Hospital Júlio Müller, onde brinquedos e materiais para pintura foram entregues para a brinquedoteca da ala infantil.
Em seguida, se dirigiram para a Casa Apoio (CASS), onde foram entregues produtos de limpeza.
De lá, a carreata foi animada para a A Associação de Amigos da Criança com Câncer (AACC), onde as doações haviam sido entregues pela manhã, visto que o pedido havia sido carne e produtos de limpeza.
Girassol da Alegria Criado há 17 anos, o Girassol da Alegria é um grupo de voluntários que nasceu após a professora e geógrafa Dejanira Divina da Silva Pirovani perder a filha, Ana Paula Pirovani, de 15 anos, para o Sarcom de Ewing, um tipo de câncer ósseo.
Sempre alegre e apaixonada por girassol, Ana Paula tinha muitos amigos. Quando ela faleceu, Dejanira resolveu convidar a todos para seguir um chamado para continuar levando a alegria de Ana Paula para o mundo. Assim nasceu o Girassol da Alegria.
“Tudo começou com um anjo, que permaneceu entre nós por 15 anos, chamada Ana Paula Pirovani. Ela deixou um legado que nos inspirou, apesar da imensa dor, a conseguir criar essa linda família chamada Girassol da Alegria, que, inicialmente, não tínhamos noção por quanto tempo duraria e já são 17 anos de intensas e imensas alegrias”, disse Dejanira.